Nada mais há a acrescentar.
Tento desistir, mas não posso.
Vou à luta, e não me largam.
Cansado desta pátria que me dilacera,
devora-me as entranhas, lenta agonia;
e cada minuto corrói um pouco de mim
– a pálida imagem do que fui.
Aquilo que quis ser e não me vão deixando.
A meta que foge: paus, pedras, putas e corruptos, muros e valas, árvores, buracos, escarpas sem fim,
miragem do sossego que não alcanço,
martelo que não bate no tampo
da mesa, justiça cega que não chega
gritos que se destroem nas barricadas
do corpo, a alma ferida, cara fechada,
dor que não demonstro, apenas
abraço um sentimento de mim.
AMC, 2007
5 comentários:
Gostei de ler.
Obrigado.
Divagação sentida, esta.
Gostei!
Eu não gostei nada porque antes, uns dias, tinha perguntado como estavas. Como amiga, quis apenas saber como estavas. Um mail a perguntar isso, apenas, sem outros motivos, sem outras razões que, a despropósito me levassem a perguntar apenas: como estás? Respondes evasivamente, aliás, não respondeste e agora, depois de te ler, não compreendo por que não fui digna da tua confiança. Não percebo, ou se calhar, nem quero. RM
Obrigado, meu caro Fernando. Já dizia o outro: "a vida é como os interruptores..."
Minha querida RM, a resposta seguiu para o teu e-mail.
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