No início do mês de Outubro deste ano, abria uma interessante discussão de teor psicossociológico, entre mim e o “Julinho da Adelaide” Yesterday Man, sobre o pensamento de Durkheim desenvolvido no seu estudo pioneiro sobre o suicídio, publicado no final do século XIX.
O mote era Werther de Goethe e a famigerada teoria dos suicídios em série, cuja génese esteve na angústia passional despertada pelo personagem da célebre novela.
Trouxe Werther e Durkheim à colação para falar sobre o argumento heteróclito, proposto por alguns críticos literários por esse mundo fora, da Literatura como arma de destruição em massa, potencialmente genocida (extensão semântica), insistentemente concretizado durante os anos de 2006 e 2007 em algumas recensões sobre o último romance metaficcional de Paul Auster, Viagens no Scriptorium – Auster, esse celerado, de caneta em punho…
A Editorial Presença acaba de anunciar a reedição – ou como referem os seus colaboradores, o relançamento – da obra O Suicídio: Estudo Sociológico do proclamado pai da Sociologia moderna Émile Durkheim (1858-1917).
Ora, imbuído de uma auto-ilusão megalómana – daqui fala o meu, dele?, alter-ego –, não será de desprezar a forte oportunidade de vir a exigir da editora em causa uma percentagem dos proventos auferidos com a reedição da referida obra científica, aconselhando, desde o cimo da torre de marfim em que me encontro confortavelmente instalado, o “Julinho” a proceder da mesma forma. A repercussão no mundo da lusofonia do nosso modesto debate assim o reivindica.
Agora, reeditem as ralaçõezinhas do jovem, langoroso e enfastiante, Werther…
Já dizia a outra, a potencial Nobel da Literatura das estações de serviço e afins, não há coincidências.
O mote era Werther de Goethe e a famigerada teoria dos suicídios em série, cuja génese esteve na angústia passional despertada pelo personagem da célebre novela.
Trouxe Werther e Durkheim à colação para falar sobre o argumento heteróclito, proposto por alguns críticos literários por esse mundo fora, da Literatura como arma de destruição em massa, potencialmente genocida (extensão semântica), insistentemente concretizado durante os anos de 2006 e 2007 em algumas recensões sobre o último romance metaficcional de Paul Auster, Viagens no Scriptorium – Auster, esse celerado, de caneta em punho…
A Editorial Presença acaba de anunciar a reedição – ou como referem os seus colaboradores, o relançamento – da obra O Suicídio: Estudo Sociológico do proclamado pai da Sociologia moderna Émile Durkheim (1858-1917).
Ora, imbuído de uma auto-ilusão megalómana – daqui fala o meu, dele?, alter-ego –, não será de desprezar a forte oportunidade de vir a exigir da editora em causa uma percentagem dos proventos auferidos com a reedição da referida obra científica, aconselhando, desde o cimo da torre de marfim em que me encontro confortavelmente instalado, o “Julinho” a proceder da mesma forma. A repercussão no mundo da lusofonia do nosso modesto debate assim o reivindica.
Agora, reeditem as ralaçõezinhas do jovem, langoroso e enfastiante, Werther…
Já dizia a outra, a potencial Nobel da Literatura das estações de serviço e afins, não há coincidências.
1 comentário:
Oh bendita vigilância editorial que não deixa escapar impune o oportunismo desta reedição sem nos dar palha. Mas acho que, para lá da reivindicação dos proventos (onde é que assino?) pelo nosso incitamento e expansão do público leitor à degustação da hermenêutica durkheimiana, mínima ética de negócios (está visto que deveriam reeditar o Weber da Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo a seguir) deveríamos partir para o protesto pela incúria cultural, com dolo, de ignorarem a mais poderosa exploração contemporânea das problemáticas teóricas, históricas e praxeológicas levantadas por tal obra seminal no panorama intelectual do Ocidente (ego, és tu?). Perdoar-se-á o atentado ao espírito de síntese, mas mais fundo que aflorar a sugestão psicossociológica na história da confrontação durkheimiana com a casuística (aqui goetheana) da sociologia espontânea na explicação do suicídio, é a própria conflação disciplinar psico-sociológica que é cirurgicamente questionada, numa colocação que remete a concretitude da legitimação disciplinar da perspectivação do real para as suas devidas consequências, aqui ancoradas num inabalável manejo da história das ideias (ocidentais) e numa elaborada crítica cultural da contemporaneidade, no plano literário e do exercício ((des)legitimador) crítico. Como, mas como, é que este monumento interactivo (modalidade ainda mais complexa) de exegese cultural (no sentido mais amplo da palavra) não se encontra agora gravado no prefácio desta obra, que já não poderá ser compreendida nas suas ramificações intelectuais hodiernas sem ele?! Principalmente, como, mas como (não, a sério, como), é que o meu saldo bancário persiste num declínio inexorável em direcção ao zero?!
(think we've sold it yet? 'cause I can go on... - sendo o facto de ter tido que reescrever isto, por imbirração obliterante do Blogger com prosa auto-empolada, prova cabal)
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