«A ACP [Associação Comercial do Porto], em lugar de preocupar-se com Pedras Rubras, mete o bedelho onde não é chamada. É bem certo que a vertigem da capital tolda os notáveis da Invicta.» Eduardo Pitta, "Os Estudos", Da Literatura.
Olhe que não, Eduardo. Aqui não se aplica a qualidade de exclusividade de discursista lisboeta. Até poderia alvitrar como razão principal o não audível (por quem de direito) “disso já nós todos estamos fartos” – nós, os da denominada província, ou os pertencentes à 2.ª classe lusa, ou, reduzindo um pouco mais a dimensão, os tais do Norte.
A principal questão reside no simples, e não despiciendo, facto de os montantes envolvidos nessa trapalhada nacional, de contornos obscuros, se situarem na escala dos milhares de milhões de euros, que sairão directamente dos cofres do Estado – apesar do engodo das parcerias público-privadas; essas, digo, já ocorreram (agora, uma ironia eufémica) antes do anúncio público da localização do aeroporto na Ota… –, entidade suficientemente abstracta e demasiadamente distante que é financiada com os nossos impostos e não apenas com as contribuições dos residentes da região de Lisboa e Vale do Tejo.
E depois, desde quando os interesses das gentes da Invicta, ou de outras regiões menos favorecidas do nosso pequeno, porém díspar, rectângulo, deixaram de ser de interesse nacional?
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