Na próxima quinta-feira, dia 11 de Outubro, ao meio-dia, hora de Lisboa, será anunciado o Prémio Nobel da Literatura de 2007.
A Fnac já vende livros com desconto de 20% assinados por autores supostamente candidatos ao galardão anual da Academia Sueca: Lobo Antunes, Vargas Llosa, Kundera, Kadaré, P. Roth e Rushdie.
Alguns factos para análise:
A Fnac já vende livros com desconto de 20% assinados por autores supostamente candidatos ao galardão anual da Academia Sueca: Lobo Antunes, Vargas Llosa, Kundera, Kadaré, P. Roth e Rushdie.
Alguns factos para análise:
- O último norte-americano a ser galardoado com Nobel da Literatura foi a escritora afro-americana Toni Morrison em 1993 – logo, não será de desprezar, 14 anos depois, a atribuição do prémio a um autor proveniente da maior fábrica de prémios Nobel do globo, que na vertente da Literatura já deu à Suécia e ao mundo nomes como Faulkner (1949), Hemingway (1954), Steinbeck (1962) ou Bellow (1976), entre outros.
- Harold Pinter venceu em 2005 e com ele esgotou-se o stock de marxistas, descendentes do Pai García Marquez (1982) – com a mão a fugir para o bom gulag estalinista – que, nos últimos tempos, conveio laurear: Gordimer (1991), Dario Fo (1997), Saramago (1998) e Grass (1999).
- Salman Rushdie apresenta dois tipos de problema. Começando pelo mais simples, distam apenas dois anos desde a atribuição do Nobel ao último britânico, Harold Pinter – já sabemos que pczismo sueco é de pendor fundamentalista. Porém, o problema mais aborrecido e assaz complexo consiste numa certa falta de conteúdo no escroto – fui tão polido, dêmos graças ao Senhor – dos membros do júri da Academia para o Nobel da Literatura. Convém recordar que há precedentes. Em 1976, um nome foi prontamente retirado e substituído por outro (Bellow) em cima da data do anúncio. Sim, isso mesmo, deu-se com o eterno injustiçado – Nobel desde que nasceu – Jorge Luis Borges, porque aquele ladino, na altura com 77 anos, havia acabado de visitar o ditador chileno Augusto Pinochet e com ditaduras de direita a Academia não brinca, facto que foi agravado por um erro de interpretação das palavras de Borges, um cínico divertido, que inclusivamente motivaram que o insuspeito García Márquez viesse a terreiro em sua defesa.
- Achebe e Kadaré dispõem de uma forte probabilidade para vencer. Uma vez mais, e em primeiro lugar, devido ao pczismo e à diversidade cultural. Depois porque ambos foram os vencedores das duas primeiras edições do Man Booker International Prize, prémio bienal de carreira: Ismail Kadaré em 2005 e Chinua Achebe em 2007.
- António Lobo Antunes porque, apesar das últimas derivações no mínimo excêntricas, é de facto um grande escritor. E depois, não há nada neste mundo que, a concretizar-se, pudesse irritar mais o Saramago...
- Finalmente, um dos muitos casos de uma injustiça gritante: o eterno e inigualável Milan Kundera. Seguindo os critérios recentes da Academia dificilmente será galardoado: foi um dissidente do partido e do regime comunista checos, pró-soviéticos, havendo-se exilado em França, país onde actualmente habita e adquiriu a nacionalidade francesa. A sua não-nomeação tem contornos semelhantes ao caso de Mario Vargas Llosa.
Eis os 11 nomes para o dia 11, propostos por mim e que figurarão por ordem alfabética do apelido no topo da barra da direita, como objecto para um pequeno inquérito na blogosfera, que se irá manter em aberto para votação até às 8 horas da manhã do dia 11 de Outubro:
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9 comentários:
fui a 2ª a votar... sem qualquer isenção: não sou familiar à maioria dos escritores indicados e ALA deixa-me toldada de ternura
para mim, sem dúvida nenhuma, Norman Mailer
Xiça pá
A ver se é desta para o Kundera!!
Pelo menos, na caixa de comentários Kundera vai na dianteira.
Já sabia qual seria a escolha da Mónica e do Manel, não sabia a tua Fernando, mas tens bom gosto...
Beijos e abraços.
E a minha? (Auster não está lá...)
se Amos Oz estivesse na tua lista tinha tido o meu voto. estou devota.
"últimas derivações no mínimo excêntricas"? curioso, penso algo muito diferente.
André, amigo!!
Ainda estou em transe por ter apertado a mão ao Auster na semana passada em Lisboa!
Mónica, concordo contigo. Oz é um feiticeiro da literatura contemporânea (o que tive de dizer em relação a um dos mais realistas e avassaladores autores da actualidade para fazer o trocadilho). Só não está na lista porque me esqueci, de facto, ao nomear os critérios de inclusão.
António, explica-te lá em relação ao ALA, aqui ou no teu Cadernos.
Fernando, olha que sou especialista em vudu… se sentires umas picadas durante o dia, isso é fruto da… inveja. E já agora (para ver se intensifico a macumba), falaste com ele?
Beijos, Mónica. Abraços, António e Fernando.
Também gostava de, pelo menos, ver aqui na lista o nome Amos Oz.
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