Exercido por Abílio Neto, santomense, autor do blogue Uma Abordagem, como resultado do texto por mim publicado no passado dia 13 de Junho de 2007, sob o título “Hermenêutica do Racismo”:
«Caros,
Sobre os V/ escritos.
É preciso não conhecer a obra do Chinua Achebe, CA, (ninguém é obrigado a conhecer tudo), só assim se explicando a estreiteza dos V/ comentários. Reduzir a complexidade da escrita de CA ao mais simples PC parece dar razão ao principal argumento do seu artigo sobre a obra de Conrad: não é (continua a não ser) possível existir complexidade no homem africano, real, criador e / ou representado.
Sobre a justificação da minha intervenção.
Conheço bem as obras de Achebe, Conrad, DeLillo, Roth - nutro uma autêntica paixão por qualquer uma delas - e também pela obra de Edward Said, cuja leitura aconselho, caso queiram ter uma ideia de outras aproximações, considerando as limitações dos comentários que acabei de ler.
Sobre os meus argumentos.
Tanto CA como Said reconhecem o talento dos autores das obras analisadas, reconhecem a qualidade literária das obras, reconhecem o contexto da narração e da acção e reconhecem a «injustiça literária» das suas abordagens, mas avançam para análise, antecipando as suas perspectivas, são culturalistas. Por isso, obrigam-se, no seu tempo, podendo fazê-lo (na altura em que Conrad publicou não podiam fazer...) a dar as suas visões críticas, claro e óbvio, sem fugir ao enquadramento político, que os motiva, pelas suas condições. Para tal, preocupam-se em desconstruir textos de manifesta visibilidade, porque são aqueles que fazem consciências. O privilégio de não ter que o fazer desta forma, a forma de CA e Said, é dos Ocidentais... que podem e puderam sempre ler, tranquila e incondicionalmente.
Sobre mim.
Sim, sou africano, já consigo e posso ler, e, hoje, nem sequer sou particularmente «exótico». Não, não considero Conrad um racista, considero que ele não podia ser outra coisa, e isso agrada-me, porque, hoje, eu posso ser o que quiser. Graças ao Conrad, ao Chinua, ao Roth, ao DeLillo, ao Said e a muitos outros.
Gosto deste blog. Continue. Que merecerá a minha visita.
Desculpa pela maçada ou massada! Feito à correr.
Abraços,
Abílio Neto».
«Caros,
Sobre os V/ escritos.
É preciso não conhecer a obra do Chinua Achebe, CA, (ninguém é obrigado a conhecer tudo), só assim se explicando a estreiteza dos V/ comentários. Reduzir a complexidade da escrita de CA ao mais simples PC parece dar razão ao principal argumento do seu artigo sobre a obra de Conrad: não é (continua a não ser) possível existir complexidade no homem africano, real, criador e / ou representado.
Sobre a justificação da minha intervenção.
Conheço bem as obras de Achebe, Conrad, DeLillo, Roth - nutro uma autêntica paixão por qualquer uma delas - e também pela obra de Edward Said, cuja leitura aconselho, caso queiram ter uma ideia de outras aproximações, considerando as limitações dos comentários que acabei de ler.
Sobre os meus argumentos.
Tanto CA como Said reconhecem o talento dos autores das obras analisadas, reconhecem a qualidade literária das obras, reconhecem o contexto da narração e da acção e reconhecem a «injustiça literária» das suas abordagens, mas avançam para análise, antecipando as suas perspectivas, são culturalistas. Por isso, obrigam-se, no seu tempo, podendo fazê-lo (na altura em que Conrad publicou não podiam fazer...) a dar as suas visões críticas, claro e óbvio, sem fugir ao enquadramento político, que os motiva, pelas suas condições. Para tal, preocupam-se em desconstruir textos de manifesta visibilidade, porque são aqueles que fazem consciências. O privilégio de não ter que o fazer desta forma, a forma de CA e Said, é dos Ocidentais... que podem e puderam sempre ler, tranquila e incondicionalmente.
Sobre mim.
Sim, sou africano, já consigo e posso ler, e, hoje, nem sequer sou particularmente «exótico». Não, não considero Conrad um racista, considero que ele não podia ser outra coisa, e isso agrada-me, porque, hoje, eu posso ser o que quiser. Graças ao Conrad, ao Chinua, ao Roth, ao DeLillo, ao Said e a muitos outros.
Gosto deste blog. Continue. Que merecerá a minha visita.
Desculpa pela maçada ou massada! Feito à correr.
Abraços,
Abílio Neto».
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