quinta-feira, 18 de maio de 2006

O Código Da Vinci, o filme


Se pertence ao grupo daqueles que nutrem um ódio visceral à indústria cinematográfica norte-americana, para ser mais concreto a Hollywood, pode parar por aqui.
Antes de falar do filme que acabei de ver, gostaria de deixar aqui uma daquelas irritações que muitas vezes me conduzem à frase “fim de conversa!” Ou seja, o preconceito cultural que se revela na ostentação de uma pretensa erudição ou de um grau superior de intelectualidade fugindo-se do denominado mainstream, em português de tia, “aquela coisa horrorosa e depravada a que se chama Povo!”
Como sempre fui um amante fervoroso do cinema norte-americano – feito por americanos ou não – de Capra a Fincher, de Bogart a DeNiro, de Welles a Mamet, de Huston a Nolan, nunca tive a necessidade de esconder em público as minhas preferências, porque se se prefere algo, esse algo tem que, por coerência, ser o melhor entre os melhores seguindo os nossos cânones estéticos ou de harmonia artística.
Na lista dos meus filmes de sempre, não estou a exagerar se disser que cerca de 85% têm mão americana. Se necessito de dormir ou de relaxar tomo um Xanax, não preciso de ferir a minha já muito martirizada visão com raios emanados por Fassbinder, ou alguns (OK, poucos) Bergman ou Renoir. Porém, isto não significa que não idolatre Fellini, Visconti, Resnais, Buñuel ou até Tornatore, e por aí em diante.

O filme:
Gostei do elenco – gosto de Reno apesar de parecer um canastrão, e gostei do canstrão Hanks apesar de à partida o achar um subproduto hollywoodesco –, do argumento de Akiva Goldsman, da fotografia e de alguns pormenores de realização de Howard.
Não gostei da banda sonora (esperava mais de Zimmer) e do desconcertante e desconcentrante sotaque de Tautou.
Para quem leu o livro, o filme não é uma surpresa já que à partida os momentos potencialmente surpreendentes e o desenlace são conhecidos. No entanto, há algumas novações – que aqui não revelarei – que trouxeram brilho ao filme, principalmente na sua conclusão. De resto, é a velha história da inevitável comparação do filme com o livro que serviu de base ao argumento – há quem diga, e bem, que é misturar alhos com bugalhos ou apples and oranges.

Primeira avaliação, ainda sem o conveniente período de reflexão, “3,5 - 4 / 5”.

Nota: ver
aqui as primeiras tendências profundamente maniqueístas na apreciação deste filme, Eu já votei.

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