terça-feira, 23 de maio de 2006

Insónia

Quando em Dezembro de 2005 iniciei as minhas divagações – e algumas exaltações – na blogosfera fui, lentamente, descobrindo outros espaços que já há muito se encontravam no meio e que, de forma consensual, apareciam nas listagens da maioria dos blogues nacionais.
Havia jornalistas, políticos, advogados, economistas, gente das artes e das letras, e nesse instante julgo ter apreendido o critério geral de enlaçamentos entre blogues que se subdividia em dois grupos: a ligação àqueles que têm alguma notoriedade mediática logo o enlaçamento é quase natural, e a ligação quase unânime àqueles que, por enquanto, não usufruindo das vantagens dessa mediatização – ou sofrendo por esse inconveniente – são referidos à saciedade pela qualidade demonstrada na substância dos seus blogues.
Henrique Fialho, jovem poeta, filho da formosa terra do Lis, encaixa-se nesse segundo grupo. O seu blogue
Insónia é um espaço arejado, de livre discussão, de prosa encantatória e de humor mordaz sem o quase fatal cariz de agressividade.
Henrique é despretensioso, honesto e tem carácter – não quero com isto dizer que se trata de um anjinho compassivo e de um menino bem comportado, quem o lê sabe que é um homem de firmes convicções e enuncia-as com toda a naturalidade e sem receio dos eventuais efeitos; Henrique materializa essa verdade: se são convicções não tem de haver pudor e mesuras na sua exposição.
Entre mim e o Henrique – que não tenho o prazer de conhecer pessoalmente – ocorreu um episódio que me envergonhou pela minha desvairada impulsividade – falo de futebol, claro!
Quando o seu Sporting se deslocou ao Dragão para disputar a meia-final da Taça de Portugal com o meu Porto, Henrique citou uma revolta hiperbólica do meu muito estimado
Afonso Bivar. Logo de seguida, ainda em estado de pura efervescência, escrevo um comentário no Insónia a criticar a escolha da citação. Decorridos não mais de 30 minutos – penso eu de que – dava por mim a escrever de novo ao Henrique pedindo-lhe as minhas mais sinceras desculpas pela exprobração. E porquê? A sua resposta foi de uma dignidade e de uma nobreza de carácter tais que me fez despertar para a realidade da injustiça que havia perpetrado.

Ao Henrique e a todos os que consigo colaboram no admirável
Insónia felicito pelo ano conquistado – e trata-se da palavra adequada, já que 1 ano de blogue dever-se-á assemelhar a 15 na vida de um ser humano – desejando-lhes mais um ano pleno de qualidade e de vigor bloguísticos.
Despeço-me – à Henrique Fialho – desejando:

Saúde!*

*(a verde, claro!)

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