sábado, 2 de junho de 2007

Mais uma oportunidade…

Ruptura
…desta feita, perdida.

Mais um furo entre compromissos académicos e particulares, mais uma deslocação a uma sala de cinema.
Fractura, ou Ruptura, com ligeiras interrupções a apelar à sonolência, do realizador texano Gregory Hoblit. O mesmo que depois da televisão, realizou em 1996 o razoável A Raiz do Medo, que contou com O Mar de Dulce Pontes pelas mãos do encantado Morricone, e com a soberba primeira interpretação do admirável Edward Norton; seguiu-se o sofrível A Queda (2000), com argumento do filho de Elian Kazan e que, no meu modesto entender, apenas se salvou pelo refrão dos Pedras RolantesTime is on my side”; depois veio o hollywoodesco Frequência – na má acepção do adjectivo –, divertido, cheio de cabriolas visuais e de argumento, e basta; finalmente, não vi Em Defesa da Honra (2002) e a atentar na crítica profissional e na apreciação de cinéfilos da minha estima perdi um aglomerado de lugares-comuns sobre a II Guerra Mundial.

Ruptura, conta com as interpretações principais de Anthony Hopkins e do cinematograficamente imberbe Ryan Gosling.
Hopkins não consegue sair da pele de Hannibal Lecter sempre que se lhe oferece interpretar um cerebral e tortuoso psicopata.
Gosling pertence ao grupo das minhas embirrações de estimação – que, por natureza, defino como inexplicáveis; sem razão aparente; embirrar, porque sim! –, logo qualquer análise que possa fazer à sua interpretação será sempre eivada de um inultrapassável preconceito. Pode ter que ver com o partido que tomei há uns anos por Michael Pitt no revoltante thriller de 2002, realizado por Barbet Schroeder, Crimes Calculados. Mas suponho que a minha implicância deriva do inextinguível ar de tuner – amante do tuning – a pedir meças a um mecânico do airoso Chip Foose no inenarrável Overhaulin’.
O filme segue fielmente os passos das incontáveis películas do género: a luta entre o bem e o mal – onde se inclui a contenda interior, de consciência, a tal fractura; a genialidade maquiavélica do infractor; a pureza angelical de um homem das leis, antecedida de alguns pecadilhos, perdoáveis pelo cidadão comum pertencente a uma sociedade ocidental ou ocidentalizada que se quer competitiva; e, para finalizar, o surpreendente erro do infractor.
Em suma, 5 euros e alguns cêntimos deitados ao lixo e bem pior, o tempo, esse vórtice impalpável, que se me escapa por entre os dedos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Já custa cinco euros e uns cêntimos? Mil paus? Ainda por cima para deitar fora! E a ASAE não considera isso um atentado?

Anónimo disse...

Pois devia...
Bem-vinda de novo.
Beijinhos