quinta-feira, 12 de janeiro de 2006

Laicidade encapotada?

A frase proferida pelo socialista, republicano e laico, candidato à Presidência da República Portuguesa, de nome Mário Soares «Se fosse religioso diria que aquilo foi Deus a funcionar», tem muito que se lhe diga! Bendita seja a rubrica “blasfema” que imortaliza e actualiza, com rigor científico, os despautérios do candidato laico.
Depois, à saída dos estaleiros da Lisnave, Soares anuncia o seu blackout pessoal aos meios de comunicação social, referindo categoricamente que «não vos falo mais directamente, fala ele». Na altura, o nosso muito apreciado e ilustre companheiro da blogosfera FJV, após, quem sabe, uma concentrada e exaustiva consulta ao Oráculo de Bellini, diz que «Sensivelmente à mesma hora, não se fez esperar a reacção dos Elementos, que compreenderam e se manifestaram».
Posteriormente, surge esta notícia na versão online do Público, na qual se citam palavras textuais de Soares em campanha na Sertã – Sertã, subtilezas do alinhamento cósmico! – «nos últimos dias estamos a sentir um dinamismo inesperado» – e ainda tem a veleidade de ironizar!
A situação tende a agravar-se. Se estão cépticos vejam: em Lisboa e na Madeira.
Esta arrepiante evidência fez-me reflectir: Ora bolas! Se Soares é laico, e todos nós estamos carecas de o saber, qual é a razão subjacente à permanente repetição da sua idiossincrática laicidade?
Hum… Haverá um pacto? Os Srs. jornalistas não se terão equivocado quando transcreveram o discurso de Soares? Não seria “fala Ele”? O Todo-poderoso? Não terá simultaneamente apontado para o Céu? Ou, por certo, para Si? Qual a razão de Moretto ter ido para o Benfica? Qual o motivo de ter jogado logo no 1.º jogo? Aquela coreografia inicial… diz tudo!
Apocalipse! Armagedão! As sete trombetas! O Sentinela a bater de porta em porta! Recordem-se, Ele tem memória!

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