Já não sei o que pensar de Ang Lee, a posição crítica tornou-se bastante volátil. Não sei se é o Ang Lee de Hulk (2003), se o de O Banquete de Casamento (1993) ou de Sensibilidade e Bom Senso (1995), para citar os extremos.
Agora aferrou-se ao Booker Prize de Yann Martel, e há aplausos de gente importante, avaliadora da 7.ª arte. Porém, ainda há os que não se deixaram encantar pela exuberante garridice, há, pelo menos, esta frase espirituosa que sobressai da recensão do cáustico O’Hehir no Salon e que resulta da sua experiência de visionamento, tendo-lhe carinhosamente chamado o “Embuste Desvendado”:
«Eu senti-me como se tivesse sido convidado para um jantar de sete pratos e afinal todos se resumiram a um bolo – e, de seguida, o anfitrião insistiu em dar uma palestra sobre como o bolo poderia aproximar-me mais de Deus.»
Também gostei do destaque do artigo sobre «(…) a impossibilidade de algo na Terra brilhar com a baboseira radioactiva de “A Vida de Pi”.»
Mas, até lá – se o houver, esse tempo no futuro próximo –, prometo, não vou cair nos tão usados apriorismos catalogadores, e até pode ser que, como o farol cinéfilo Ebert, o considere como «um feito miraculoso na narração e uma proeza da mestria visual.»
Nota: Traduções (livres) do inglês – AMC.