Desde o passado dia 21, como foi visível para aqueles que me visitaram, foram sendo revelados, por ordem crescente de preferência, os álbuns de música editados em 2010 que mais me disseram durante um ano de audições. Muitos outros ficaram por ouvir, especialmente entre aqueles nomes que me são mais próximos, ou que já o foram, e muito, ao longo destas quase quatro décadas de existência. Todavia, acompanhando o fenómeno quase natural de irmos perdendo o fulgor da excitação que apúnhamos à arte musical e às suas novidades no idos anos dourados que coloriram a adolescência e os primeiros passos da idade adulta, há anos que os afazeres profissionais e os deveres domésticos se perfilam cada vez mais como o grande obstáculo para o consumo dos produtos musicais que vão surgindo em catadupa; eliminando mesmo do nosso vislumbre alguns, cujos intérpretes iniciaram por estes anos as suas carreiras na selva mundial da indústria discográfica.
Em suma, entre o muito pouco que pude ouvir, houve 10 álbuns editados originalmente em 2010 que se destacaram dos demais, e outros (ainda não mencionados) que se revelaram uma decepção, por vezes descoroçoante.
Eis, então, uma recapitulação da lista de Os Melhores Álbuns Musicais de 2010:
Em suma, entre o muito pouco que pude ouvir, houve 10 álbuns editados originalmente em 2010 que se destacaram dos demais, e outros (ainda não mencionados) que se revelaram uma decepção, por vezes descoroçoante.
Eis, então, uma recapitulação da lista de Os Melhores Álbuns Musicais de 2010:
1.º – Avi Buffalo, Avi Buffalo (Sub Pop)
2.º – The National, High Violet (4AD)
3.º – Deerhunter, Halcyon Dreams (4AD)
4.º – Laurie Anderson, Homeland (Nonesuch)
5.º – LCD Soundsystem, This Is Happening (EMI)
6.º – The Fall, Our Future Your Clutter (Domino)
7.º – Vampire Weekend, Contra (XL)
8.º – The Walkmen, Lisbon (Bella Union)
9.º – Grinderman, Grinderman 2 (Mute)
10.º – The Drums, The Drums (Island)
Este, apesar das restrições acima relatadas, também foi o ano das decepções. Umas manifestaram-se com maior acuidade que outras, mas todas elas foram graves para a minha memória estético-musical dos seus intérpretes. Com destaque para o horripilante regresso dos Stone Temple Pilots e a rápida deterioração dos Arcade Fire, imagine-se, já ao seu 3.º álbum de originais…
Ei-las, as Decepções Musicais de 2010 (por ordem alfabética da banda musical – não há cantores a solo):
Ei-las, as Decepções Musicais de 2010 (por ordem alfabética da banda musical – não há cantores a solo):
- Arcade Fire, The Suburbs (Mercury)
- Belle & Sebastian, Write About Love (Rough Trade)
- Blonde Redhead, Penny Sparkle (4AD)
- Interpol, Interpol (Soft Limit)
- Kings of Leon, Come Around Sundown (RCA)
- Stone Temple Pilots, Stone Temple Pilots (Atlantic)
Para terminar, não poderia deixar de mencionar a excelente banda sonora do meu 3.º filme de 2010: Shutter Island (Rhino). Apesar de não ser original, foi criteriosamente seleccionada pelo portentoso autor canadiano, judeu-índio de ascendência, Robbie Robertson, que inclui nomes como Mahler, Penderecki, Ligeti, John Adams, John Cage, ou Brian Eno, aventurando-se, inclusivamente, numa fusão etérea entre a maravilhosa e acolhedora voz de Dinah Washington com a sua canção de 1960 (três anos antes da sua morte por overdose de barbitúricos), composta por Clyde Otis, “This Bitter Earth”, com o excepcional trecho musical “On the Nature of Daylight” do compositor anglo-germânico Max Richter. Banda sonora que, na minha opinião, contribuiu e muito para a eternização do filme de Martin Scorsese (o futuro o dirá).
Para o ano há mais. E num texto a seguir perfilam-se (sem surpresas – cf. coluna do lado direito) os melhores livros editados em Portugal no ano de 2010.