[Por vezes criamos rotinas difíceis de quebrar, como escrever neste blogue sem o deixar a morrer de inanição, famélico por novos textos por muito deploráveis que possam ser – do subgénero maçã podre – à luz dos profissionais desta coisa pavoneante; ou de deixar cair a divulgação de alguns eventos ou factos ligados à Literatura que, estou convencido do convencimento do leitor letrado, em nada engrandecem o valor deste blogue – aliás se acreditasse na potência do seu efeito multiplicador, seria como esperar por Godot, porquanto ao que de absorção se chama o elemento da multiplicação se traduz o valor real deste pasquim na plataforma do empório Google; e se absorve, por muitos milhões de caracteres que se lhe apliquem por repetição, a sua insignificância ou o nada será sempre a sua máxima distintiva.
Face ao grave e soturnamente exposto acima, e ao contrário de anos anteriores, abandono o tradicional exercício de “cortar e colar”, até pela expiração do prazo de validade da coisa, ou seja, mais desvalorizado pelo diferimento entre o acontecimento e o auto de notícia infra-escrito.]
No passado dia 15, foi anunciada a lista dos semifinalistas do International IMPAC Dublin Literary Award. A lista deste ano é composta por 162 romances (mais 6 que em 2010) escritos por outros tantos autores.
O destaque que aqui se dá a este prémio, advém da sua característica principal que o torna único e meritório, que se poderia traduzir nas 2 etapas (3 fases) bastantes distintas no processo de selecção que consiste na intervenção de dois níveis de especialistas ligados ao mundo dos livros: (1) bibliotecários, na 1.ª fase (este ano intervieram 126 bibliotecas situadas em 43 países), e (2) autores, críticos, editores e gente das letras, que constituem o júri previamente escolhido, nas 2.ª (eleição dos finalistas) e 3.ª (eleição do vencedor) fases (cujos resultados serão anunciados a 12 de Abril e a 15 de Junho de 2011, respectivamente).
O destaque que aqui se dá a este prémio, advém da sua característica principal que o torna único e meritório, que se poderia traduzir nas 2 etapas (3 fases) bastantes distintas no processo de selecção que consiste na intervenção de dois níveis de especialistas ligados ao mundo dos livros: (1) bibliotecários, na 1.ª fase (este ano intervieram 126 bibliotecas situadas em 43 países), e (2) autores, críticos, editores e gente das letras, que constituem o júri previamente escolhido, nas 2.ª (eleição dos finalistas) e 3.ª (eleição do vencedor) fases (cujos resultados serão anunciados a 12 de Abril e a 15 de Junho de 2011, respectivamente).
As regras para as bibliotecas seleccionadas através de candidatura previamente elaborada são bastante simples:
- O Dublin City Council, através da administração das bibliotecas públicas da cidade de Dublin recebe uma lista de obras de ficção nomeadas por responsáveis de bibliotecas situadas nas capitais e principais cidades de países espalhados pelos cinco continentes.
- Cada biblioteca pode nomear até 3 obras de ficção que apenas têm de obedecer a uma condição: a sua publicação em língua inglesa.
Para o prémio de 2011 só poderiam ser nomeadas:
- Obras originalmente publicadas em inglês durante o ano de 2009;
ou,
- Obras originalmente publicadas noutra língua no quinquénio 2005/2009, e que hajam sido publicadas em inglês durante o ano de 2009.
Neste primeira fase do IMPAC de 2011, destacaram-se dez obras que obtiveram mais de quatro votos (cinco já foram publicadas em Portugal, curiosamente as quatro mais votadas e uma das três obras colocadas na quinta posição), num total dos 310 votos exercidos (para um máximo de 378 votos) pelas 126 bibliotecas (1 biblioteca – 3 obras diferentes; 1 obra – 1 voto).
- O Dublin City Council, através da administração das bibliotecas públicas da cidade de Dublin recebe uma lista de obras de ficção nomeadas por responsáveis de bibliotecas situadas nas capitais e principais cidades de países espalhados pelos cinco continentes.
- Cada biblioteca pode nomear até 3 obras de ficção que apenas têm de obedecer a uma condição: a sua publicação em língua inglesa.
Para o prémio de 2011 só poderiam ser nomeadas:
- Obras originalmente publicadas em inglês durante o ano de 2009;
ou,
- Obras originalmente publicadas noutra língua no quinquénio 2005/2009, e que hajam sido publicadas em inglês durante o ano de 2009.
Neste primeira fase do IMPAC de 2011, destacaram-se dez obras que obtiveram mais de quatro votos (cinco já foram publicadas em Portugal, curiosamente as quatro mais votadas e uma das três obras colocadas na quinta posição), num total dos 310 votos exercidos (para um máximo de 378 votos) pelas 126 bibliotecas (1 biblioteca – 3 obras diferentes; 1 obra – 1 voto).
Lidera a lista das dez mais votadas, a obra vencedora do National Book Award de 2009:
14 votos – Colum McCann, Deixa o Grande Mundo Girar (ed. port. Civilização, Let the Great World Spin);
13 votos – Colm Tóibín, Brooklyn (ed. port. Bertrand);
11 votos – Kathryn Stockett, As Serviçais (ed. port. Saída de Emergência, The Help);
10 votos – Hilary Mantel, Wolf Hall (ed. port. Civilização).
7 votos (3 obras)
- Julia Franck, The Blind Side of the Heart;
- Barbara Kingsolver, The Lacuna;
- Lorrie Moore, Uma Porta nas Escadas (ed. port. Relógio D’Água, A Gate at the Stairs);
5 votos (3 obras)
- A.S. Byatt, The Children’s Book;
- Linden MacIntyre, The Bishop’s Man;
- Dimitri Verhulst, Madame Verona Comes Down the Hill.
Apesar do encurtamento do texto habitual, jamais poderia deixar de revelar as obras eleitas pelas duas únicas bibliotecas portuguesas participantes no processo. Por norma, a sua participação reputa-se de bastante valiosa (nunca votaram num vencedor), isenta e, por isso, reveste-se do carácter de imprescindível; em regra, desprovida de qualquer vestígio de pró-lusofonia ou de amiguismo literário, resultando sempre de um enorme esforço de abstracção inteiramente dirigido para a qualidade das obras elegíveis. Eis, então, as escolhas para o IMPAC de 2011 enviadas (dentro do prazo) pelas nossas queridas instituições:
Apesar do encurtamento do texto habitual, jamais poderia deixar de revelar as obras eleitas pelas duas únicas bibliotecas portuguesas participantes no processo. Por norma, a sua participação reputa-se de bastante valiosa (nunca votaram num vencedor), isenta e, por isso, reveste-se do carácter de imprescindível; em regra, desprovida de qualquer vestígio de pró-lusofonia ou de amiguismo literário, resultando sempre de um enorme esforço de abstracção inteiramente dirigido para a qualidade das obras elegíveis. Eis, então, as escolhas para o IMPAC de 2011 enviadas (dentro do prazo) pelas nossas queridas instituições:
Biblioteca Municipal Central de Lisboa
- Carlos Ruiz Zafón – O Jogo do Anjo (ed. port. Dom Quixote) – 4 nomeações (+ Birmingham, Cork e Gateshead)
- Claudia Piñeiro – As Viúvas das Quintas-Feiras (ed. port. QuidNovi) – 2 nomeações (+ Brasília)
- Patrícia Melo – Mundo Perdido (ed. port. Campo das Letras) – 3 nomeações (+ Porto e Brasília)
- Carlos Ruiz Zafón – O Jogo do Anjo (ed. port. Dom Quixote) – 4 nomeações (+ Birmingham, Cork e Gateshead)
- Claudia Piñeiro – As Viúvas das Quintas-Feiras (ed. port. QuidNovi) – 2 nomeações (+ Brasília)
- Patrícia Melo – Mundo Perdido (ed. port. Campo das Letras) – 3 nomeações (+ Porto e Brasília)
Biblioteca Pública Municipal do Porto
- Daniel Silva – O Desertor (ed. port. Bertrand) – 1 nomeação
- Luiz Alfredo Garcia-Roza – Na Multidão (ed. brasileira Companhia das Letras) – 2 nomeações (+ Brasília)
- Patrícia Melo – Mundo Perdido (ed. port. Campo das Letras) – 3 nomeações (+ Lisboa e Brasília)
É tudo.
- Daniel Silva – O Desertor (ed. port. Bertrand) – 1 nomeação
- Luiz Alfredo Garcia-Roza – Na Multidão (ed. brasileira Companhia das Letras) – 2 nomeações (+ Brasília)
- Patrícia Melo – Mundo Perdido (ed. port. Campo das Letras) – 3 nomeações (+ Lisboa e Brasília)
É tudo.