Já foram anunciados os romances finalistas do prémio literário mais apetecido do planeta, e isto em termos pecuniários, a galardoar uma obra de ficção: o International IMPAC Dublin Literary Award.
Todos os anos o Dublin City Council, através da administração das bibliotecas públicas da cidade de Dublin recebe uma lista de obras de ficção nomeadas por responsáveis de bibliotecas espalhadas pelas capitais e principais cidades de países de todo o mundo (Portugal participou na nomeação das obras para o prémio de 2007 através de 2 bibliotecas: a Biblioteca Pública Municipal do Porto e Biblioteca Municipal Central de Lisboa, sita no Palácio das Galveias).
Cada biblioteca pode nomear até 3 obras que apenas têm de obedecer a uma condição: a sua publicação em língua inglesa.
A título de exemplo, para o prémio deste ano só podem ser nomeadas:
- As obras originalmente publicadas em inglês durante o ano de 2005;
- As obras originalmente publicadas noutra língua entre 2001 e 2005 e que hajam sido publicadas em inglês em 2005.
(De notar que a Biblioteca Municipal do Porto apenas elegeu a obra de Richard Zimmler, À Procura de Sana; e a de Lisboa nomeou no total três obras, o máximo permitido, uma do autor brasileiro Luiz Alfredo Garcia-Roza, Uma Janela em Copacabana (Gótica, 2003), tal como a congénere do Porto, indicou a obra de ficção de Richard Zimmler, À Procura de Sana e por fim o inenarrável Zorro, da escritora chilena Isabel Allende (Difel, 2005), será curioso verificar que sendo a Difel detentora da editora Gótica…)
Posteriormente, um júri todos os anos nomeado pela organização do prémio (este ano constituído por 6 elementos e incluindo o autor português Almeida Faria) nomeia, de entre o conjunto de obras citadas no processo anterior, os finalistas, elegendo meses depois, entre Outubro e Novembro, a obra vencedora cujo autor arrecadará 100 mil euros (para obra originalmente editada em inglês) ou 75 mil euros, sendo os restantes 25 mil para o tradutor, nos outros casos.
Eis os 8 finalistas deste ano (ordenados pelo apelido do autor e com título em português se a obra já houver sido editada em Portugal):
- Julian Barnes – Arthur & George;
- Sebastian Barry – A Long Long Way;
- J. M. Coetzee – Slow Man;
- Jonathan Safran Foer – Extremamente Alto, Incrivelmente Perto (Quetzal, 2007; título original: Extremely Loud & Incredibly Close);
- Peter Hobbs – The Short Day Dying;
- Cormac McCarthy – No Country for Old Men;
- Per Petterson – Out Stealing Horses;
- Salman Rushdie – Shalimar, O Palhaço (Dom Quixote, 2006; título original: Shalimar the Clown).
Nota: é perfeitamente inacreditável que obras como as referenciadas de Barnes, Coetzee, Barry e McCarthy ainda não tenham sequer estreia marcada para o mercado editorial português.
Anteriores vencedores:
2006 – Colm Tóibín – O Mestre (Dom Quixote, 2007)
2005 – Edward P. Jones – The Known World
2004 – Tahar Ben Jellou – This Blinding Absence of Light
2003 – Orhan Pamuk – My Name is Red
2002 – Michel Houellebecq – Partículas Elementares (Temas e Debates, 1999)
2001 – Alistair MacLeod – No Great Mischief
2000 – Nicola Barker – À Flor da Pele (Gradiva, 2000)
1999 – Andrew Miller – A Dor Industriosa (Teorema, 1999)
1998 – Herta Müller – A Terra das Ameixas Verdes (Difel, 1999)
1997 – Javier Marías – Coração Tão Branco (Relógio D’Água, 1994)
1996 – David Malouf – Remembering Babylon
1 comentário:
André:
Parabéns pelo post, em particular pelo "apanhado": indicar a Isabel Allende para o prémio é uma verdadeira anedota. Se em relacção aos outros dois escritores podemos estabelecer uma qualquer relação com Portugal ou a língua portuguesa (o que presumo, não sendo obrigatório, faz todo o sentido), em relação à "chilena"...
É absolutamente incompreensível como ainda se vive destes esquemas em Portugal...
Um abraço
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