quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Óscares – Na perspectiva das “5 Grandes”

A hora negra rosa exuberante, meia-hora depois, 1 da manhã do próximo dia 25 de Fevereiro (hora de Lisboa), ainda vem longe, mas os previsíveis já se perfilam para proferir as inanidades do costume perante a Glam Cam do rapagão Ryan E! Seacrest, hipno-implantada na passadeira vermelha do Dolby Theatre (so long Kodak!)
Usando um critério de nomeações nas consideradas 5 grandes categorias (Melhores Filme, Realizador, Argumento, Actor e Actriz principais), em filmes com mais de 5 nomeações no total, temos o alinhamento que se segue (e que se pode): 
  • Guia para um Final Feliz, de David O. Russell (Silver Linings Playbook) – 8 nomeações [5 nas cinco categorias principais];
  • Amor, de Michael Haneke (Amour) – 5 [4+];
  • Lincoln, de Steven Spielberg – 12 [4+];
  • 00:30 Hora Negra, de Kathryn Bigelow (Zero Dark Thirty) – 5 [3+];
  • A Vida de Pi, de Ang Lee (Life of Pi) – 11 [3+];
  • Argo, de Ben Affleck – 7 [2+];
  • Django Libertado, de Quentin Tarantino (Django Unchained) – 5 [2+];
  • Os Miseráveis, de Tom Hooper (Les Misérables) – 7 [2+];
  • 007 – Skyfall, de Sam Mendes (Skyfall) – 5 [0+].
Prometedor, não?

De notar que apenas o filme do sobre-aclamado (confesso que me auto-indulgenciei pelo uso daquela palavra composta sem usar “estimado” após o radical) D. Owen Russell poderá entrar no diminuto conjunto de filmes que, em 84 edições dos prémios da AMPAS, inclui os que conquistaram os 5+. A saber, por ordem cronológica:
  • 1934 – (7.ª cerimónia de entrega dos Óscares) Uma Noite Aconteceu, de Frank Capra (It Happened One Night) – parelha de actores principais: Clark Gable / Claudette Colbert;
  • 1975 – (48.ª) Voando sobre um Ninho de Cucos, de Milos Forman (One Flew Over the Cuckoo’s Nest) – parelha de actores principais: Jack Nicholson / Louise Fletcher;
  • 1991 – (64.ª) O Silêncio dos Inocentes, de Jonathan Demme (The Silence of the Lambs) – parelha de actores principais: Anthony Hopkins / Jodie Foster.

Pronto, está despejada a matéria. Para mais informação, ver aqui.

PS – Ah!, já me esquecia… Este ano há Óscar para Melhor Planeamento de Produção (mais um para adensar o momento Xanax).
PPS – Para a 86.ª edição, proponho um Óscar para as seguintes categorias (categorias em progressão, para que se alcancem as 100 na edição 100):
  • Melhor Catering em Fase de Produção (categoria artística, porque não só contarão as estrelas Michelin, como está provado que se verifica um forte correlação positiva entre um bom repasto dos RH alocados à feitura da obra e a qualidade fílmica);
  • Melhor Olheiro Cinegeoreferenciador (categoria também artística, porquanto este desgraçado calcorreia o mundo para escolher os locais de filmagem onde, normalmente, o sufixado ASC ou BSC ou o que seja apenas mete a lente – como exemplo, o olheiro de Brokeback Mountain (2005) não merecia ganhar um Óscar pela escolha do local das cenas iniciáticas de amor entre homens (género) que guardam ovelhas: Kananaskis, Alberta, Canadá? Ah, pois não! Não foi no Wyoming, EUA.