A verdade a cada doze meses (os muito aguardados prémios do conjunto mais iluminado entre os críticos norte-americanos não alinhados — National Society of Film Critics, NSFC), votou três vezes no realizador austríaco nascido na Alemanha (logo, vítima de anschluss inversa, de Munique para as escolas de Viena e não de Linz para as cervejarias de Munique, e sem direito a bigode ridículo) Michael Haneke: Melhores Filme, Realizador e Actriz (a majestosa, já a meio da sua nona década, Emmanuelle Riva). Note-se que, na categoria mais importante, Amor (Amour) ganhou com uma baixa votação e uma curtíssima vantagem sobre o 2.º filme mais votado, O Mentor (The Master) de P.T. Anderson. O mesmo, mas com mais uma concorrente, ocorreu na categoria Melhor Realizador, em que Haneke deixou P.T. e Bigelow a apenas 3 votos.
Nota final de desconsolo: aquela coisa viscosa de Soderbergh, que já nem me atrevo a nomear, venceu a categoria de Melhor Actor Secundário, atribuído ao cabotino de serviço. Mas, vendo bem, conjuga com o grau de oleosidade (acima da categoria Fula) que premiou em 2011 a mesma categoria, quando Albert Brooks venceu com Drive. Pelo menos, que ninguém se venha queixar de uma possível inconsistência, o critério manteve-se.