«por […] construir uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.»
Agraciem-no antes com o Pritzker do próximo ano (o deste está
tomado pelo nosso ESM), e ele próprio ainda não entende como ajudou a construir a
ponte se nasceu e cresceu no Japão, fala japonês (o que é, desde logo, um feito
notável), come comida japonesa (e que lhe faça bom proveito, por aqui é sinal
pequeno-burguês de bom gosto: peixe cru por 200 euros) e faz todas as coisas que fazem os japoneses, mas (importante adversativa) gosta de Jazz e da literatura ocidental de Dostoievski a Stephen King (valha-me um qualquer Kami xintoísta,
de Pessoa a Rebelo Pinto à escala lusa).
Sim, venceu em Março passado o Prémio Internacional da Catalunha, que conseguiu a proeza de meter no mesmo saco Harold Bloom e Stephen
King por via referencial de Haruki Murakami.