quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Bichices, O Referendo

Talvez seja esse o termo empregado em casa, na escuridão das palavras vãs, na educação moralizante que se dá a uma prole que se quer sã, despojada de todos os males do mundo moderno que redundou na licenciosidade.
Em minha casa ensina-se a moral cristã. E ponto final. Se houve Adão e Eva – crescei e multiplicai-vos, disse a troante voz divina, incapaz de matar a serpente do desejo, onde haverá lugar para Adão e Armando? E Eva encontrou uma Francelina de dedos hábeis? Não está escrito, são palavras ausentes que deveriam ter sido gravadas pelo fogo etéreo-criativo. Não vem n’O Livro. Procriai, independentemente da felicidade presente e futura desse acto.

Já me havia insurgido. No meu distrito, um partido – em que, sem me arrepender, já votei em três ou quatro eleições – colocou à frente de um conjunto de ilustres desconhecidos um homem ciliciado agarrado aos seus preconceitos e dogmas.
Fazer um referendo nacional sobre se os portugueses aceitam ou não “os casamentos entre pessoas do mesmo sexo” seria a mesma coisa que referendar o direito dos passantes domingueiros, de bigode à (bi)Godinho e fato de treino verde com laivos de roxo, à conquista dos sofás de um centro comercial.
Se os homossexuais são uma minoria, ainda desdenhados por uma espúria moral dita cristã – porque lendo e interpretando as palavras de Cristo, jamais nelas se encontra a reprovação da dita caridade mútua entre pessoas do mesmo sexo –, nunca, mas nunca mesmo tal referendo serviria para criar uma base jurídica que abriria a possibilidade do casamento entre duas pessoas que se amam, e que, por acaso, são ambas portadoras do mesmo par de cromossomas.
A questão do referendo é uma falácia. A (putativa) abertura de espírito evidenciada por aqueles que o defendem é uma impostura das mais ignóbeis. Uma mentira dita sem mover um músculo facial que revele o pensamento que lhe subjaz: esta questão referendada jamais triunfará para o lado dos invertidos.
Mesmo que o nosso povo revelasse, nos dias que correm, uma abertura de espírito e uma tolerância próprias dos tempos em que vivemos, no canto esconso, isolado, metálico, enferrujado da cabine de voto, votaria “não” à proliferação da bichice, da depravação moral, biblicamente destruída com Sodoma e Gomorra, do amor resultante apenas de um hedonismo doentio e incapaz de ser compreendido por quem tem a cabeça formatada por essa moral anquilosada fundada numa educação protocristã: se se querem sodomizar, sodomizem-se, mas longe da instituição casamento ancestralmente respeitada pelo moralista pequeno-burguês: talvez, o mesmo que bate na mulher, que não provê a casa de sustento, que se afunda no álcool e, mais modernamente, nas drogas ditas sociais, denega os próprios filhos, que se exime da reciprocidade afectiva que uma união exige, que se passeia no banco de trás por verdes prados com o colega de trabalho – seja de que sexo for, desde que ocultado dos olhos do mundo –, ou no motelzinho escondido por árvores frondosas cuja gerência garante confidencialidade imputando os encargos a despesas diversas com direito a dedução fiscal, até na transacção comercial do puro prazer, ou ainda nos mirmidões de que falava o Eduardo no seu belo romance Cidade Proibida, que se escondem nos baldios das nossas grandes cidades.
Porquê esta ideia absurda de referendar o direito à liberdade contratual? O casamento não é um contrato como outro qualquer? Apesar da carga religiosa que nos querem fazer incutir, o casamento civil é ou não é um contrato que, pelo amor, se anui na partilha de um património? Porquê referendar o direito à liberdade de escolha de uma minoria? Referende-se o povo turco quanto à independência do Curdistão. O povo da Arábia Saudita – habituadíssimo à democracia – sobre a introdução livre da carne porco e do álcool nos cardápios dos seus restaurantes.
Pobre gente. Pobres almas. Propositadamente ou não, é hoje lançado pela Asa um livrinho que faria bem às mentes do bando beato de políticos da falácia, porventura para libertar as pulsões há muito recalcadas. Talvez, após a sua leitura, saíssem do armário, onde previamente se despojariam de toda a hipocrisia, e agarrassem na bandeira multicor… [ver capa do livro na imagem – o tal que pelo simples vislumbre Frederico Lourenço suspirou de esperança, ao vê-lo postado numa biblioteca de um rapaz por quem sofria num silêncio de repressão social dos comportamentos.]

Seus mirmidões dos baldios!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O inelutável caminho para a servidão

«Dêem-nos, por exemplo, mais independência, desamarrem-nos as mãos a todos, alarguem o campo das nossas actividades, abrandem a vigilância e nós… garanto-vos: a primeira coisa que faríamos seria voltar a pedir que nos vigiassem.»
Fiodor Dostoievski, Cadernos do Subterrâneo, p. 188
[Lisboa: Assírio & Alvim, Dezembro de 2000, 191 pp; tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra; obra original: Zapíski iz podpólia, 1864.]
Como Camus havia constatado, nunca se negando ao combate – palavras revividas na notável obra de Daniel –, referindo-se à abdicação dos homens perante a violência e o despotismo, evidenciada pelos que se comportam como espectadores bebendo as palavras sábias dos ilustres intelectuais. A tal inelutabilidade que uma vez postulada pelos segundos, conquista pelo comodismo a felicidade dos primeiros, deixando caminho aberto para a servidão que, no fim, pelo curso da história, é encarada como justa.
«Quaisquer que sejam as nossas imperfeições pessoais, a nobreza da nossa profissão radicará sempre em dois compromissos difíceis de manter: a recusa de mentir sobre o que se sabe e a resistência à opressão.»
Albert Camus, “Discursos da Suécia” (Prelecção Nobel, 10 de Dezembro de 1957), O Avesso e o Direito seguido de Discurso da Suécia, p. 85
[Lisboa: Livros do Brasil, Junho 2007, 119 pp; Tradução de Sousa Victorino; obras originais incluídas nesta compilação: L’Envers et l’endroit (1937); Discours de Suède (1958)]

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

20 Anos

Tinha apenas 17 anos. Assistia pela televisão, dominado por um fascínio, quase hipnótico, difícil de explicar, ao júbilo de milhões de alemães e de tantas outras pessoas vindas de todas as partes do mundo perante o derrube de um dos muros mais simbólicos da História mundial. Revi-me nas famosas palavras de JFK, proferidas apenas cinco meses e quatro dias antes de ser assassinado em Dallas, numa cidade cercada por um dos regimes políticos mais ignóbeis que o Homem conheceu.
Naquele frio dia de Novembro chorei pelo grito de liberdade de um povo oprimido e tiranizado que se exprimia em lágrimas de felicidade por cada batida que abria uma fenda no muro da vergonha. Tal como eles, também «Ich bin ein Berliner».

Aquele beijo apaixonado entre dois tiranos do mundo moderno, representantes directos da ortodoxia estalinista, os filhos do monstro, é ainda admirado com uma nostalgia que não se consegue compreender, nem à luz da liberdade de expressão – esbarra com qualquer conceito de justiça, igualdade, humanismo, liberdade, integridade, dignidade da condição humana. E se agora me envergonho, não é pela falácia da comparação sobre a derrogação daqueles valores entre dois sistemas que em tempos se digladiaram, como meio de justificar o regresso do status quo pré-“9 de Novembro”. Se a minha cara se cobre de vergonha é em razão dos 446.994 portugueses, representados por 15 deputados (em 230) na Assembleia da República, que no passado dia 27 de Setembro ao exercer livremente o seu direito de voto – coisa impensável se a sua doutrina tivesse vingado no nosso país – se revêem nas palavras espúrias dos seus dirigentes sobres este acontecimento histórico.
Não me interessa o relativismo, as comparações e o revisionismo. Não interessa a história e o passo em frente. Mas o momento presente, vivido por milhões de pessoas como um valor absoluto de libertação.

«Há muita gente no mundo que realmente não compreende, ou dizem não compreender, qual é a grande divergência entre o mundo livre e o mundo comunista.
Deixem-nos vir a Berlim.
Há alguns que dizem que o comunismo é a vaga do futuro.
Deixem-nos vir a Berlim.
E há outros que dizem, na Europa ou noutro sítio qualquer, que nós podemos trabalhar com os comunistas.
Deixem-nos vir a Berlim.
E há ainda uns poucos que dizem que é verdade que o comunismo é um sistema perverso, mas permite-nos alcançar progresso económico.
Lasst sie nach Berlin kommen.
Deixem-nos vir a Berlim.»
Parte do discurso proferido por John Fitzgerald Kennedy, a 26 de Junho de 1963, em Berlim Ocidental [tradução livre: AMC, 2009]

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Start spreading the news...

Vivo no presente, e os inexoráveis saltos e sobressaltos que o futuro traz a esta actualidade – que não é a mesma desde que comecei a escrever este texto vacilante, tal como a vontade de o acabar – obrigam-me a corrigir determinadas excitações incisivas perpetradas num passado recente, embora, muitas vezes – como é o caso –, não se revistam dessa qualidade de um paroxismo efervescente, mas de uma mais tranquila irritada constatação – a antinomia, tal como a idiotia, tem os seus malefícios; pelo sucedido peço perdão.
Bertrand, loja das Antas, por volta das 17 horas do dia de ontem. Corri os olhos pelo espectáculo multicor de capas, lombadas, brindes e cartazes sobredimensionados de autores ufanosos por ostentarem a sua prima do mestre-de-obras, com uma voracidade inaudita, sentindo o fôlego entrecortado, o coração em arritmia, a adrenalina a esvair-se como o pó pelas narinas sôfregas de Keith Richards, e detive-me na secção das “novidades” – acho que deverá estar próximo o futuro, que se fará anunciar por uma apocalíptica trombeta joanina, em que irei ver uma livraria com 500 metros quadrados de área útil cujas estantes apenas estarão forradas de novidades… saídas do prelo ontem, tal é a vertigem editorial nos dias que correm em Portugal. Encontrei-o. De capa azul celeste de fim de tarde outonal, eis o objecto para confirmação das minhas apreensões literárias. Abri a badana da contracapa e li:

«A publicar: Submundo.» (Sextante Editora)

Mas não fiquei por aí. Também li a ficha técnica e verifiquei que a revisão literária mudou de género – impossibilidade física (esqueçam as cirurgias de reconversão) de coincidir com a de antanho.
Fechei os olhos. Suspirei. Voltei a abri-los. Necessitava, como de pão para a boca de um acto puramente masoquista, pungente como o cilício nas pernas roliças e peludas dos fiéis de São Josemaría Escrivá. Foi então que agarrei no último livro de Nicholas Sparks (exposto aos magotes, como se não houvesse amanhã) e li as primeiras frases… uma tontura, seguida de uma forte náusea deixaram-me à beira do precipício do achaque estético em público, soltando gritos à Castelo Branco – não o da Plácido e da Cadeia da Relação – o outro(a), o José… Tomei uma resolução, e à João Vieira Pinto, dei um passo em frente.
Ponto final.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

IMPAC 2010

[Há pelo menos três anos que este texto se vai repetindo, como a biblioteca borgiana, tendendo para um infinito – se me julgasse eterno… –, apenas com algumas alterações numéricas que, muito ao jeito do pragmatismo anglo-saxónico, se constrói pelo emprego do método “fill in the blanks”. Tentarei, porém, mudar alguma coisa. Nem que seja uma vírgula, uma palavra pelo seu sinónimo directo (ou até por um erro ortográfico grosseiro, um obstinado apelo à atenção do leitor), vários pontos de exclamação (tão vituperados, ultimamente, ó símbolo viril; tratados como proscritos e condenados à chama com poder calorífero decerto superior a 451ºF onde jazem as cinzas das “reticências”, do “ponto e vírgula” e do “travessão”). Basta! Enfim…]

Ontem, foi anunciada a lista dos semifinalistas do International IMPAC Dublin Literary Award. A lista deste ano é constituída por 156 romances (mais 10 que em 2009) de outros tantos autores.
Nesta primeira fase de selecção intervieram 163 bibliotecas (mais 10), espalhadas por 123 cidades (mais 6) de 43 países (menos 4) de todos os cantos do mundo.
Segue-se, agora, uma 2.ª fase, a cargo de um júri pré-seleccionado constituído por cinco elementos, e presidido por um sexto sem direito a voto, neste caso é o famoso juiz/escritor norte-americano Eugene R. Sullivan (tal como no ano passado). A primeira tarefa do júri é desbastar a lista inicial, seleccionando aproximadamente dez obras que integrarão a lista de finalistas, cuja divulgação está marcada para o dia 14 de Abril de 2010.
Escolhidos os finalistas, atinge-se a 3.ª e última etapa, que consiste na eleição da obra vencedora dos cem mil euros em jogo que reverterão na íntegra para o autor, no caso de a obra seleccionada ter sido publicada originalmente em língua inglesa, ou serão repartidos numa proporção de ¾ para o autor e ¼ para o tradutor nos outros casos – note-se que das 156 obras seleccionadas este ano, 41 foram traduzidas para o inglês. O vencedor do IMPAC Award de 2010 será anunciado no dia 17 de Junho de 2010.
A curiosidade deste prémio reside precisamente nestas duas fases distintas de selecção, onde há a intervenção de especialistas de dois níveis distintos: bibliotecários, na 1.ª fase, e autores, críticos, editores e gente das letras nas duas últimas fases.
As regras para as bibliotecas seleccionadas através de candidatura previamente elaborada são bastante simples:
- O Dublin City Council, através da administração das bibliotecas públicas da cidade de Dublin recebe uma lista de obras de ficção nomeadas por responsáveis de bibliotecas espalhadas pelas capitais e principais cidades de países de todo o mundo.
- Cada biblioteca pode nomear até 3 obras de ficção que apenas têm de obedecer a uma condição: a sua publicação em língua inglesa.


Para o prémio de 2010 só poderiam ser nomeadas:
- Obras originalmente publicadas em inglês durante o ano de 2008;
ou,
- Obras originalmente publicadas noutra língua entre o quadriénio 2004/2008 e que hajam sido publicadas em inglês durante o ano de 2008.
Para o prémio de 2010, destacaram-se dez obras que obtiveram mais de cinco votos (entre as quais constam oito que já foram publicadas em Portugal, curiosamente, apenas distribuídas por 3 editoras: 4 da Presença, 3 da Bertrand e 1 da Dom Quixote), no total dos 300 votos exercidos (para um máximo de 489 votos) pelas 163 bibliotecas (1 biblioteca – 3 obras diferentes; 1 obra – 1 voto). Lidera a lista o Booker Prize de 2008:
  • 9 votosAravind Adiga, O Tigre Branco (ed. port. Presença, The White Tiger); 
  • 8 votos (3 obras)Muriel Barbery, A Elegância do Ouriço (ed. port. Presença, L’Élégance du hérisson); Sebastian Barry, Escritos Secretos (ed. port. Bertrand, The Secret Scripture); e Toni Morrison, A Dádiva (ed. port. Presença, A Mercy); 
  • 7 votos (2 obras)Joseph O'Neill, Netherland: Terra de Sombras (ed. port. Bertrand, Netherland); e Steven Galloway, O Violoncelo de Sarajevo (ed. port. Presença, The Cellist of Sarajevo); 
  • 6 votos (4 obras)David Wroblewski, A História de Edgar Sawtelle (ed. port. Bertrand, The Story of Edgar Sawtelle); Philip Hensher, The Northern Clemency; Philip Roth, Indignação (ed. port. Dom Quixote, Indignation); e Tim Winton, Breath.
Seguem-se cinco obras com cinco votos, de onde destaco o romance magistral de David Lodge, A Vida em Surdina (Deaf Sentence) – até há bem pouco tempo figurava com 6 estrelas (Obra-Prima) neste blogue (ver coluna do lado esquerdo) onde fazia companhia a Thomas Mann; todavia, dada a excepcionalidade da classificação, foi reclassificado, tendo sido destronado por Updike. Esta obra de Lodge foi publicada em Portugal pela Asa, e é, sem sombra de dúvida, um dos melhores romances editados em 2009 no nosso país, um daqueles que me levou às lágrimas tanto pelas peripécias da vida de um erudito em perda irreversível do sentido da audição, como pelos momentos mais melancólicos onde, através do picaresco, perpassa uma ternura esteticamente comovente.
De notar, que, atendendo ao historial deste prémio, toda a estatística que atrás despejei, no essencial as que incluem as obras com o maior número de nomeações, pode revelar-se apenas como mera indicação ou mero mostruário para não retirar o sentido lúdico (maníaco?) ao evento, ou seja, sem força vinculativa para a escolha dos finalistas e do vencedor a ocorrer no próximo ano. A palavra final cabe sempre ao júri seleccionado, podendo eleger como vencedor uma obra que, no limite, tenha obtido apenas uma nomeação (1 voto). Aliás, se atentarmos nos vencedores dos quatro últimos anos, verificamos que o vencedor de 2009, o bostoniano Michael Thomas, pela sua obra Man Gone Down, foi nomeado apenas por 1 biblioteca nos Barbados; tal como ocorreu com o vencedor de 2008, o autor canadiano-libanês Rawi Hage, Como a Raiva ao Vento (De Niro's Game), nomeado apenas por 1 biblioteca e conterrânea, a Winnipeg Public Library, no Canadá; enquanto o vencedor de 2007, o norueguês Per Petterson, com o admirável romance Cavalos Roubados (Ut og stjæle hester), foi nomeado somente por 2 bibliotecas, e ambas norueguesas; porém, em contraste com os seus sucessores, o vencedor de 2006, Colm Tóibín, com a sua inolvidável obra semi-ficcional sobre parte da vida de Henry James, O Mestre (The Master), foi previamente nomeado por 17 bibliotecas espalhadas pelo mundo.
Será ainda de notar que, pela primeira vez na curta história dos IMPAC Awards, foram nomeadas duas obras distintas pertencentes a um casal literário – e, diga-se, bastante famoso no mundo das letras –, ambas editadas pela Asa [fonte: Miguel Seara]: 
  • Paul Auster, pelo seu penúltimo romance Homem na Escuridão (Man in the Dark) – 4 nomeações (Alemanha, Áustria, Bélgica e Itália); 
  • Siri Hustvedt, por Elegia para um Americano (The Sorrows of an American) – 3 nomeações (Bélgica, Espanha e Noruega).

Finalmente, três destaques, por razões diversas para três autores:
  • o ateu literalista (com falta de divino, não consciente) José Saramago foi nomeado pela Miami-Dade Public Library (Florida, EUA) pelo seu romance As Intermitências da Morte;
  • o autor brasileiro Milton Hatoum foi nomeada por uma biblioteca brasileira pelo seu romance Cinzas do Norte;
  • o sofrível romance do perseguido autor indo-britânico Salman Rushdie, A Feiticeira de Florença (ed. port. Dom Quixote; The Enchantress of Florence) recebeu apenas 1 nomeação (da Kansas City Public Library, Minnesota, EUA).
    Para terminar,deixo ficar a habitual referência ao comportamento eleitoral das nossas inventivas bibliotecas participantes. Uma vez mais, Portugal participou na referida 1.ª fase de nomeação através das suas duas habituais bibliotecas: a Biblioteca Pública Municipal do Porto (BPMP) ao jardim de São Lázaro e a Biblioteca Municipal Central de Lisboa (BMCL), situada no Palácio das Galveias – pouco chauvinistas, ao que parece… 
    BMCL: 
    • José Eduardo Agualusa, As Mulheres do meu Pai (Dom Quixote) – 2 nomeações; 
    • José Rodrigues dos Santos, Codex 632 (Gradiva) – 2 nomeações; 
    • Toni Morrison, A Dádiva (ed. port. Presença; A Mercy) – 9 nomeações. 
    BPMP (este ano, ao contrário de outros, exerceu a totalidade dos 3 votos a que tinha direito, e finalmente não escolheu uma obra do escritor nova-iorquino, residente na Invicta, Richard Zimler): 
    • Aravind Adiga, O Tigre Branco (ed. port. Presença; The White Tiger) – 8 nomeações; 
    • José Eduardo Agualusa, As Mulheres do meu Pai (Dom Quixote) – 2 nomeações; 
    • José Rodrigues dos Santos, Codex 632 (Gradiva) – 2 nomeações.
      Para o ano, se SaraMago, ou deus, ou outra entidade por eles permitir, cá estarei para apresentar um texto quase automático com a listagem da 1.ª fase do IMPAC de 2011.