sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O Sol Vermelho dos Nossos Corações

Quando o abrupto Moralista do Regime Pacheco Pereira solta o seu cão raivoso não há ninguém que se vanglorie, por puro temor, de uma supostamente alcançada prerrogativa da imunidade contra a raiva: a próxima diatribe (ou mordedura), fabricada com uma periodicidade quase certa pela sua afinada e mirabolante roleta da maledicência, poderá atingi-lo a si e em cheio.
Normalmente são as audiências e o ufanismo, esta última característica advinda da presumida condição de pai da blogosfera, achando-se no direito de repreender os seus filhos sempre que reputa determinada conduta como uma grave derrogação ao seu código normativo de estrita observância – que não se conhece devido a uma alegada instabilidade emocional ou volatilidade opinativa –, que o fazem salivar por sangue. Insurge-se até com as audiências dos blogues pornográficos, esse obstáculo quase intransponível, popularizado por uma sociedade doente, longe do decoro asséptico da sua doutrina, o grande impedimento para a consecução da sua deificação plena e consequente subjugação, pela força da moral, dos seus súbditos ou prosélitos. Esquece-se, porém, que a única diferença entre si e, por exemplo, esses que ataca reside na manifestação expressa da índole pornográfica dos espaços que gerem: a pornografia tácita – a intelectual – é superiormente sórdida, podre e danosa.

Palavras a mais sobre alguém que, de peito cheio pela soberba, pretende agitar as águas para manter ou expandir a notoriedade.

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