quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Mais Bellow

A Texto Editores – bendita seja – continua a publicar, na sua colecção “Grandes Autores – Prémio Nobel”, as obras do autor norte-americano, nascido no Canadá, Saul Bellow (1915-2005).
Depois de, nos dois últimos anos, haver editado os romances A Vítima, Henderson, O Rei da Chuva e Aproveita o Dia, a editora recentemente adquirida por Miguel Paes do Amaral, lançou hoje no mercado português O Planeta do Sr. Sammler, 7.º romance de Bellow, Nobel da Literatura em 1976.
Apesar deste esforço editorial considerável – a edição ou a reedição de obras de autores consagrados publicadas há dezenas de anos –, e centrando-me no caso concreto de Saul Bellow, continuam por editar em Portugal, fazendo fé na crítica especializada, duas das suas melhores obras: The Adventures of Augie March (1953) e Humboldt’s Gift (1975), respectivamente, os seus 3.º e 8.º romances.
Faço figas…


Abertura:
«Pouco depois do amanhecer, ou do que seria o amanhecer num céu normal, o Sr. Artur Sammler, com o seu olho de lince, examinou os livros e os papéis do quarto do West Side e teve fortes suspeitas de que aqueles eram os livros errados, os papéis errados.» (Saul Bellow, O Planeta do Sr. Sammler, Texto, 2007, pág. 5).

Obras de Saul Bellow publicadas em Portugal:

  • Na Corda Bamba (Dom Quixote, 1976; Dangling Man, 1944);
  • A Vítima (Texto, 2006; The Victim, 1947);
  • Aproveita o Dia (Texto, 2007; Seize the Day, 1956);
  • Henderson, o Rei da Chuva (Texto, 2006; Henderson the Rain King, 1959);
  • Herzog (Relógio D’Água, 1988; 1964);
  • O Planeta do Sr. Sammler (Texto, 2007; Mr. Sammler's Planet; 1970);
  • Morrem Mais de Mágoa (Livros do Brasil, 1990; More Die of Heartbreak, 1987);
  • Uma Recordação Minha (Teorema, 2005; Something to Remeber Me By, 1991) [inclui para além do conto epónimo, os contos: Um Furto – A Theft, 1989; A Organização Bellarosa – The Bellarosa Connection, 1989];
  • A Autêntica (Teorema, 2000; The Actual, 1997);
  • Ravelstein (Teorema, 2005; 2000).

6 comentários:

Anónimo disse...

Por onde começar...?

Anónimo disse...

Talvez, e é apenas uma sugestão, começar pela novela Aproveita o Dia. É um bom resumo da literatura de Bellow.
Todavia, há livros que dificilmente se encontrarão nas livrarias. Falo de Herzog e de Na Corda Bamba.

Anónimo disse...

O 'Herzog' encontava-se para aí há um ano aos magotes na FNAC. Talvez a editora tenha descoberto uns caixotes perdidos lá no armazém...
Eu recomendaria 'Morrem mais de mágoa' e 'Ravelstein', que também saiu num colecção do DN há um par de anos.

Anónimo disse...

André, mais uma ou duas coisas:

O Herzog, de facto, ainda não esgotou. A Relógio d'Água ainda tem muitos, e na verdade estavam perdidos no armázem e forma encontrados quando Bellow morreu.

Eu tenho uma edição da Organização Bellarosa editada pela Terramar, encontrei-a numa das muitas feiras que agora aqui em Lisboa, e nem foi há muito tempo - um ano ou dois. Mas apenas tem essa novela.

Abraço, Sérgio

Anónimo disse...

OK, fica então o reparo. Herzog ainda existe e não merece ser descontinuado, é simplesmente soberbo.
Realmente, essa das editoras deixarem os livros no armazém com a possibilidade do comércio electrónico, não lembra ao diabo. Por exemplo, andava há que tempos à procura do Ruído Branco de DeLillo, e quando estava prestes a resignar-me, (ia, por fim, contra as minhas regras de não misturar o inglês com prazer, comprar a edição original em inglês), vejo logo um par na prateleira de uma das Fnac's aqui do Porto. Escusado será dizer que a Presença resolveu abrir os caixotes... enfim, somos tão medíocres.
HM, para te ser sincero não gostei muito do Ravelstein e ainda não li o Morrem mais de Mágoa. Mas a leitura está para breve.
Sérgio, eu tenho os livros A Conspiração Bellarosa da Terramar e Uma Recordação Minha da Teorema. Quando comprei o último já tinha o primeiro. Qualquer dia ponho-o à venda aqui no blogue, em conjunto com outros livros repetidos, e outros ainda que suspeito que quando os comprei deveria esta sob o efeito de drogas, tal é falta de qualidade. (exemplo: tenho há cerca de 3 anos um livro de Joanne Harris... intocado e intocável, claro!)
Abraços
PS - Não se esqueçam do Seize the Day... é outro fenómeno bellowiano.

Anónimo disse...

Li O Planeta do Sr. Sammler no começo deste ano. Fiquei atordoado. O livro é um primor.