E logo hoje que o bafio revolucionário se ergueu bicéfalo,
como a águia da burocracia K&K dos Habsburgo, em palmas ritmadas que, num
paradoxo não tão estranho, faz lembrar os arrebatados e pantomineiros
congressos do PCUS.
E dizia Robert Harris no Sunday Times a propósito da
publicação de uma celebrada e polémica biografia sobre aquele que burlescamente ficou para
a História como o homem do piolet na
cabeça:
«Se imaginar o aluno mais detestável, um radical amargo, sarcástico, arrogante, egoísta, insensível e imaturo e se congelar essa imagem no princípio do século, o resultado é: Trotsky… [Robert] Service torna absolutamente claro que o Trotskismo nada mais é que o Estalinismo embrionário… Raramente a patologia do tipo revolucionário, e suas consequências fatais, foi tão impiedosamente exposta como nesta biografia exemplar.»