quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Áries

Rui PereiraPoderia ser o título de um novo romance de Don DeLillo – uma sequela do aclamado Libra de 1988, uma narrativa semificcional sobre o assassinato de John Fitzgerald Kennedy, a 22 de Novembro de 1963, enquanto desfilava no seu Lincoln descapotável na Elm Street em Dallas, reconstruindo a figura de Lee Harvey Oswald (de signo Balança) e uma teia de conspirações de ex-agentes da CIA e de exilados cubanos, que o usaram como instrumento, em busca de uma desforra da calamitosa invasão da Baía dos Porcos.
Oswald depois de haver sido detido no próprio dia do assassinato, viria, dois dias depois, a ser alvejado mortalmente no abdómen por Jack Ruby, um conhecido dono de um clube de striptease de Dallas e com ligações à máfia, com relações privilegiadas com a polícia local, na garagem da esquadra de polícia, onde o primeiro se preparava para ser transferido para a prisão mais próxima.
Áries, ou Carneiro como é usado na nossa língua, regula astrologicamente a vida e a cabeça de um homem, chamado Rui Carlos Pereira – a importância dos três nomes… –, que por coincidência ou teoria conspirativa é o Ministro da Administração Interna da país da impunidade: Portugal – a propósito, e como recordar é viver, José António Cerejo escrevia este artigo no Público a 17 de Abril de 1999, onde, entre outros, surge por casamento e pelas (múltiplas) funções exercidas o nosso inefável homem dos aventais, na altura director do SIS que investigava a Universidade Moderna (todavia, não consta do seu breve currículo disponível na página oficial do Governo o exercício das funções de docência neste estabelecimento de ensino).
Ontem, o nosso ministro comparou o caso do homem baleado em plena esquadra de Portimão, ao assassinato de Oswald por Ruby, depois de o primeiro haver assassinado J.F. Kennedy, apenas e somente o 35.º Presidente dos E.U.A. Para além de haver revelado algumas debilidades indesculpáveis no conhecimento de factos históricos ocorridos há quase 45 anos, este homem depois de mais um dos inúmeros disparates verbais na tentativa de explicar o inexplicável, continua à frente de um dos ministérios chave para a necessária tranquilização da sentidamente insegura população portuguesa.

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Finalistas do Booker Prize de 2008 (anunciados ontem)

  • Amitav Ghosh – Sea of Poppies;
  • Aravind Adiga – The White Tiger;
  • Linda Grant – The Clothes on Their Backs;
  • Philip Hensher – The Northern Clemency;
  • Sebastian Barry – The Secret Scripture;
  • Steve Toltz – A Fraction of the Whole.

Com a excepção de Sebastian Barry (finalista em 2005), todos os outros são estreantes na lista dos finalistas do galardão máximo a premiar uma obra em língua inglesa, originalmente publicada no Reino Unido, nos países da Commonwealth ou na Irlanda
Sinal dos tempos na literatura anglo-saxónica? Os novos romances dos autores consagrados John Berger e Salman Rushdie ficaram-se pela lista dos semifinalistas.
O vencedor será anunciado depois do habitual jantar no Guildhall em Londres no próximo dia 14 de Outubro.

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Nota importante: prossegue o interlúdio retemperador neste blogue. O autor continua com as suas férias até ao dia 22 de Setembro, altura em que se serão respondidos os e-mails e os comentários deixados nas respectivas caixas em anexo aos textos publicados.

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